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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

MINHA SALIVA




http://alexandrehkirchmayer.blogspot.com.br/

"MINHA SALIVA"
 

Minha saliva
vale muito mais
que qualquer soco. 
Graças à ela
eu me reconciliei com a palavra. 
E agora faz uso de mim, 
e eu deixo porque encontro sentido, 

descubro um valor que já havia me esquecido, 
o de ser aqui agora,
e vou até o amado gaúcho
que me engana 
e eu gosto. Chamo-o e xingo-o.

Ele eu também boto pra correr. 
Pra fora da minha vida,
jogo imundo de carne! 

Podre é meu passado, 
que não me condena se eu o assumo. 
E o que não tem remédio,
eu ignoro. 
Meu corpo está entregue
ao teu mais ilustre habitante. 
Um sonho de corbetura em Ipanema
submergirá ao terceiro ou quarto toque. 

Posso ser um dos anjos apocalipticos 
a tocar a corneta anunciadora do fim Global. 
Quem aprendeu a ser honesto 
terá seu pedido de perdão aceito. 

Sinceridade nessa hora fatal 
é prazo de validade. 
O resto é lixo orgânico. 
E será que Deus recicla?(ALEXANDRE KIRCHMAYER)

NÃO ATUO EM SEU NOME


"NÃO ATUO EM TEU NOME" 

Pensei em me reconciliar,
mas não. 
Não te alimento vaidade inútil; 
isso eu faço na academia, 
enquanto atrofio meu corpo fraco. 

Está tudo acabado. 
Não atuo em teu nome, 
não me interesso pelo que sei e ponto. 
O de melhor em mim ainda não descobri, 
e se não sei mentir... 
problema meu
que não enriquecerei e nem farei novela. 

Mas não carrego teu carma te traidor comigo. 
Me recuso.

Continuo por aqui, 
um bailarino frustrado,
dançando a felicidade 
com a música que desaprendo

ao som de violão cego dia após dia,

inutilizando-me propositadamente.
Alienando-me. 
Digo à Deus: sou Teu Templo!
Divino Eu, Superior em mim,
atua sem farça,
amorfo corpo nos conduz... 
O resto é só uma boa desculpa,
então me perdoo sempre! 

Agradeço ao nome de homem
que rima com alma a consideração. 
E depois cuspo no chão,
pra não acertar na cara. 
Péssimo hábito que adquiri
por não saber brigar!...
(ALEXANDRE KIRCHMAYER)

CARAPUÇA


"CARAPUÇA" 

 Arte é intimo e pessoal, 
mas não neste lugar mais superficial, 
do conhecimento,
da comunicação

limitada à palavra 
e à expressão gestual,
a intimidade de que falo
é plena 
num esbarrão de olhos,

fogo cruzando entre as almas buliçosas,

flexas incandecem inflamando-se na mira,
salamandra essencial,
nua das formas,

acertada no meio,
em cheio, o centro da íris, 
e a paixão, amor em seu estado incendiário, 
queima nas almas desavisadas de si mesmas em outros corpos,

carbonizando a matéria que permanece intacta, 
para o delírio de alguns,
e para o terror de outros, 
que não sabem mais querer viver sem, nem com. 
Arte só declara quem assiste,
é intransferível, 
o criador está morto,
não existe se acredita dono, 
doa a quem doer, não mesmo,
mente pra si se sim,
nunca pra mim,
que morro quase todos os dias,

e agora mais uma vez!... 

e sobre os aplausos finais
e os gritos ancestrais, 
fantasia do teu ego

que ainda precisa de confete 
pra fazer carnaval. 

Vou continuar gritando
pra quem quiser ouvir, 
lavo minha alma quando o fizer. 
Se a carapuça serviu, 
sem que eu tirasse a medida do teu crânio de minhoca da terra, 
é pra você mesmo que digo. 
Sinto muito.
Cuido do meu figurino,
de mais ninguém.
(ALEXANDRE KIRCHMAYER)

SÓ NÃO QUERO SER SÓ


"SÓ NÃO QUERO SER SÓ" 
 
Minha voz tem dito pouco. 
Já não raciocino
tão bem quanto ontem. 
Inclusive os batimentos cardíacos,

não dizem mais, 
nenhuma alteração,
sempre estáveis. 

Meu coração dissimulado

inventa um bem estar qualquer, 
de riso forçado, pra enganar
a dor de quem grita
até o último fio... 
Me castigo afónico,
e morro ainda mais
caminhando por sobre a Terra. 
A pulsação é a ilusão
de quem insiste. 

Eu admito a coragem...
me entrego à ela,

covarde que sou,
me construi assim,
obrigado a cair de joelhos,
dois rendidos, 
e me alio por pura fraqueza,
implorando perdão e uma nova vida. 
À beira do abismo lamento
a disformidade da minha face. 

Não há como recuperar
meus desvios. 
Estão gravados na alma,
que é celular por força maior,

a da ocasião. 
Então me jogo de cabeça...
corpo corrompendo-se
enquanto aprendo a amar. 
E quando me acho capaz de rasantes
aí é que sei bem estabacar. 

Jurei pela eternidade
e não sei por quem esperar, 
nem se ainda terei o direito
de ser o amor de alguém de novo. 
Não um qualquer dessa vez,
mas só de quem me espera... 
variação necessária de conduta,
escolha obrigatória. 

Minha consciência
perambula sem rumo certo, 
 buscando o repouso merecido
de quem já não deseja tanto assim. 
Só não quero ser só!(ALEXANDRE KIRCHMAYER)

CRUZ DE LUZ


"CRUZ DE LUZ" 
Crucificado ao lado
choro copiosamente. 
Não pela minha morte eminente. 
Em mente o Ser Divino. 
Subjulgado, maltratado, condenado. 
Sua Luz não apagou na cruz. 
Me cobriu de amor.
Tirou a dor do peito. 
Perdoou os pecados
antes da partida
que considerava definitiva.
Chorou compulsivamente...

vontade de viver mais. 
Hoje estou de volta
e a volta Dele se aproxima. 
Uma nova Missão. A derradeira. 
Talvez sua última aparição. 
Colho informação e faço força
para transmutá-la em ação. 
Os velhos hábitos

cederão espaço aos belos novos. 
Em 2012 terei trinta e três. 
A idade crítica de Cristo. Crística. 
Não sei como essa história termina,
mas estarei lá para ver... 
Cheguemos lindamente então,

meu irmão,
não sofreremos tanto dessa vez.
Espero!...(ALEXANDRE KIRCHMAYER)