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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

CARAPUÇA


"CARAPUÇA" 

 Arte é intimo e pessoal, 
mas não neste lugar mais superficial, 
do conhecimento,
da comunicação

limitada à palavra 
e à expressão gestual,
a intimidade de que falo
é plena 
num esbarrão de olhos,

fogo cruzando entre as almas buliçosas,

flexas incandecem inflamando-se na mira,
salamandra essencial,
nua das formas,

acertada no meio,
em cheio, o centro da íris, 
e a paixão, amor em seu estado incendiário, 
queima nas almas desavisadas de si mesmas em outros corpos,

carbonizando a matéria que permanece intacta, 
para o delírio de alguns,
e para o terror de outros, 
que não sabem mais querer viver sem, nem com. 
Arte só declara quem assiste,
é intransferível, 
o criador está morto,
não existe se acredita dono, 
doa a quem doer, não mesmo,
mente pra si se sim,
nunca pra mim,
que morro quase todos os dias,

e agora mais uma vez!... 

e sobre os aplausos finais
e os gritos ancestrais, 
fantasia do teu ego

que ainda precisa de confete 
pra fazer carnaval. 

Vou continuar gritando
pra quem quiser ouvir, 
lavo minha alma quando o fizer. 
Se a carapuça serviu, 
sem que eu tirasse a medida do teu crânio de minhoca da terra, 
é pra você mesmo que digo. 
Sinto muito.
Cuido do meu figurino,
de mais ninguém.
(ALEXANDRE KIRCHMAYER)

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